ONE OK ROCK no Brasil - 04/2025
- An Ode To
- há 10 horas
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Atualizado: há 5 horas
por Daniela Seles

(Foto: Arquivo Pessoal/Daniela Seles)
O show do ONE OK ROCK no Brasil, no dia 13 de abril, foi, sem dúvidas, um dos mais especiais que vivi. Vou guardar todas as lembranças com muito carinho, já sonhando com a próxima vez que a banda vier ao país.
ONE OK ROCK é uma banda de rock japonês formada por Taka (vocal), Tomoya (bateria), Toru (guitarra) e Ryota (baixo). Eles estavam há anos sem vir ao Brasil e, com certeza, esse retorno teve um gosto especial — ainda mais por acontecer na comemoração dos 20 anos de carreira da banda.
Desde o anúncio do show em 2024, como otaku e admiradora de J-rock desde a infância, fiquei extremamente ansiosa com a possibilidade de vê-los ao vivo. Inicialmente, o show aconteceria na casa de shows Audio, mas os ingressos se esgotaram muito rápido e eles acabaram indo para o Espaço Unimed, com novos ingressos à venda. Infelizmente, não consegui comprar em nenhuma das oportunidades e fiquei muito triste com a possibilidade de perder, mais uma vez, o show do ONE OK ROCK no Brasil.
Durante esse tempo, tentei de várias formas conseguir um ingresso, mas sem sucesso. No dia do show, ainda estava sem ingresso e sem muita esperança de que iria conseguir. Contudo, em meio às tentativas, recebi um ingresso como doação — e foi assim que, com o coração acelerado, rumei ao local do show.
A experiência começou já na fila. Os OORers faziam um esquenta do show durante aqule momento: uma pessoa tocava músicas da banda no alto-falante do celular, todos ao redor cantavam juntos e até os vendedores ambulantes entravam no clima com caixinhas de som tocando ONE OK ROCK. A ansiedade só aumentava.
O público brasileiro é, sem dúvida, um dos mais animados e divertidos que existem — e sempre que vou a shows, isso se confirma. Nos primeiros instantes da DETOX Tour, já deu pra sentir essa energia. Enquanto o roadie testava os microfones e instrumentos, o público reagia com brincadeiras e gritos. Foi um momento simples, mas que já anunciava a animação que tomaria conta da noite.

(Foto: Arquivo Pessoal/Daniela Seles)
Quando o show começou, parecia que eu ia explodir de tanta emoção. Os primeiros acordes de Puppets Can't Control You ecoaram e, lá de cima — do camarote, onde eu estava com uma visão mais geral do espaço —, era lindo ver a reação do público. Logo em seguida veio The Beginning, uma das músicas mais conhecidas da banda, e a euforia tomou conta. Foi especialmente marcante ouvir essa canção ao vivo, pois foi uma das primeiras que fez eu me apaixonar pelo grupo.
Um dos motivos pelos quais admiro tanto o ONE OK ROCK é o posicionamento crítico e político da banda. Sempre valorizei artistas que usam sua arte para se posicionar, pois acredito que música também é política. Ver o Taka reforçando isso durante o show foi algo que só aumentou meu respeito por eles.
A sequência seguinte de músicas foi quase transcendental: Save Yourself, Let Me Let You Go, NASTY e Renegades. Gritar a plenos pulmões a letra de NASTY e, em seguida, cantar Renegades junto com o Taka foi, sem dúvida, um dos momentos mais catárticos da noite. Repetir o coro de “Take a deep breath, close your eyes and get ready to fly” seguido de “I'm not afraid to tear it down and build it up again” me deu forças. Foi como um lembrete de que a música sempre estará ao meu lado, e que tudo bem errar e recomeçar — basta respirar fundo e tentar de novo.

(Foto: Arquivo Pessoal/Daniela Seles)
Outro destaque foi o jogo de luzes. Cada feixe se movia como parte de uma coreografia precisa, sincronizado com cada batida e performance da banda. Isso transformou o show em um espetáculo completo, criando uma imersão total no universo que o ONE OK ROCK estava construindo ali.
Sempre me conectei muito com letras de músicas, e com o ONE OK ROCK isso se intensifica. As composições deles me tocam de forma íntima e pessoal. Escutar Tropical Therapy e Tiny Pieces ao vivo foi indescritível. Me emocionei profundamente com a primeira — ela toca em feridas e, ao mesmo tempo, oferece cura. Cantar essa música ali, naquele momento, foi como um abraço, um lembrete de que tudo vai ficar bem.
Quando chegaram as músicas Dystopia, C.U.R.I.O.S.I.T.Y, Make It Out Alive, Delusion:All e Stand Out Fit In, foi hora de extravasar. Cantei e gritei com toda a intensidade possível, me permitindo sentir cada verso como um desabafo.
Já na reta final, vieram The Pilot </3, Wherever You Are, +Matter e We Are. Foi emocionante ver o Taka chamando fãs ao palco para cantar Wherever You Are, um dos ápices da noite.

(Foto: Arquivo Pessoal/Daniela Seles)
Dava pra ver nos olhos de cada integrante o quanto aquele momento era especial — para eles e para nós. Nos discursos de Taka, no sorriso constante do Tomoya, nos olhares atentos do Toru para a plateia e no Ryota registrando tudo com sua câmera... Era visível que aquilo significava muito.
Me senti em uma verdadeira aventura. Foram muitas reviravoltas, incertezas se eu conseguiria ou não viver essa experiência — até que, de última hora, anjos apareceram na minha vida me doando um ingresso e me proporcionaram essa noite mágica que vou levar pra sempre comigo.
E, mais uma vez, preciso reforçar: me conecto profundamente com as letras do ONE OK ROCK. Durante o show, me emocionei e me identifiquei com cada palavra. “We are the colors in the dark.” E naquele momento, nós realmente fomos.
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